Via da Verdade |
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sexta-feira, julho 02, 2004
William No no seu blog NoLand 2047 escreveu: Gostaria de começar por explorar o ponto de vista de Heidegger segundo o qual o homem se comporta como se fosse o mestre da linguagem, quando no fundo é ela o mestre que o molda: pensamos que estamos a usá-la mas é ela que pensa e fala através de nós. Caro William, o noema heideggariano da "linguagem como a casa do ser" sempre me foi completamente incompreensível. E o pouco que compreendo dessa salgalhada julgo estar absolutamente errado. Segundo esse ponto de vista (construtivista) é a nossa linguagem que constrói o mundo. Algo assim foi também defendido por Benjamin Lee Whorf e pelos estruturalistas. O que fazem todos estes autores é partir de uma teoria da linguagem encontrada a priori e a partir dela descrever um mundo e uma realidade que se adapte às suas fantasias mais ou menos imaginativas. Eu defendo a perspectiva oposta, segundo a qual é o mundo, tal qual existe fora de nós, e que nos é descrito pelas ciências, que constrói a linguagem. Ou seja para compreendermos a linguagem, a sua origem, o significado das palavras e conceitos, a competência linguística dos falantes, etc., devemos partir da realidade que nos é descrita pela psicologia, pela antropologia, pela arqueologia, pelas ciências cognitivas, pelas ciências computacionais, etc., para, a posteriori, chegarmos a uma teoria da linguagem verdadeiramente fundamentada. Espero aprofundar este tema nas próximas semanas. Deixa que passe a euforia do Euro e que volte a depressão nacional, para que, de cabeça livre dos dribles do Cristiano Ronaldo, dos passes do Deco e dos remates do Figo, me volte a debruçar sobres estes e outros temas menores. um abraço. (2) comentários |