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segunda-feira, maio 24, 2004
Aquém e Além do Cérebro* 2ª sessão. A consciência e o cérebro A Dinâmica Temporal da Visão Consciente - Dominic ffytche Se aceitarmos que a actividade neural subjaz a percepção consciente, a percepção consciente tem de demorar um certo tempo - o tempo neural das velocidades de conductividade, das sinapses, do feedback, etc. Ou seja, quando pensamos que estamos a ver um objecto é provável que esse objecto já tenha sido processado pelo nosso cérebro uns milésimos de segundo antes. O trabalho do Professor ffytche demonstra que as várias áreas de reconhecimento de um objecto são estimuladas em diferentes alturas: O Lóbulo Occipital "dispara" 100 milésimos de segundo após o primeiro estímulo, o Lóbulo Parietal, 200 ms e o Lóbulo Frontal 400 ms após esse primeiro estímulo. Estes estudos do Professor ffytche confirmam os dados de Benjamin Libet (bastante citado durante todo o simpósio) que demonstram que os neurónios que disparam quando temos uma percepção visual são os do Lóbulo Occipital (100 ms), ou seja, da área visual primária e que, depois do estímulo sensorial sucedem-se no cérebro uma série de actividades que precedem/preparam a percepção e a tomada de consciência da percepção. O que isto significa é que o tempo neural antecede o tempo perceptual em bastantes milésimos de segundos. Existe, portanto, uma preparação inconsciente para a percepção consciente. Ainda segundo Libet, a consciência surge ainda mais tarde neste processo, 1/2 mais tarde, o que em tempo neural é bastante tempo. Conclusão: Que a nossa percepção e a consciência dessa percepção estão atrasadas é um facto. As consequências neurológicas e filosóficas deste atraso devem ser, pois, motivo de discussão. * notas sobre o 5º Simpósio Aquém e Além do Cérebro, realizado de 31 de Março a 3 de Abril de 2004 pela Fundação Bial.
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