Via da Verdade

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segunda-feira, março 14, 2005
 


Emoções

Segundo Oatley emoções são estados ou processos psicológicos que gerem os objectivos dos agentes. A função principal de uma emoção é indicar ao agente, de um modo rápido e eficaz, como este deve agir em determinada situação. Uma emoção escolhe, veta ou dá prioridade a certos objectivos e planos de acção em vez de outros.
Ao longo da história da filosofia vários filósofos se interessaram pelas emoções, entre eles os Estóicos, Aristóteles, Descartes, Espinosa e Hume. A abordagem tradicional à problemática das emoções é uma abordagem cognitivista (na senda de Aristóteles para quem as emoções eram espécies de avaliações cognitivas de eventos) e negativista (desde os Estóicos a grande maioria dos teóricos das emoções encaram-nas como prejudiciais à razão).
William James foi o primeiro a aportar uma teoria não cognitivista ao estudo das emoções considerando-as supervenientes em relação a estados corporais físicos. Segundo o ponto de vista jamesiano uma emoção é uma percepção de uma reacção fisiológica que o corpo tem face a um vento qualquer mas que ocorre depois do processo de produção do comportamento.
Hoje em dia a ideia geral é que o ponto de vista negativo acerca das emoções está fundamentalmente errado. A função das emoções na produção de comportamento racional é reconhecida por todos os estudiosos do campo.
Herbert Simon sublinha o papel gerenciador que as emoções desempenham nos processos cognitivos (1) poupando tempo e energia aos mecanismos de cognição, (2) escolhendo entre caminhos de acção, (3) ajudando nos processos de socialização e cooperação entre indivíduos.
São raras as soluções puramente racionais aos problemas que nos surgem [segundo alguns autores elas são mesmo inexistentes ? Mameli].
O sistema emocional humano fornece-nos estratégias e heurísticas para a resolução de problemas que evoluíram com o tempo e se incrustaram no nosso ADN. Uma forma de compreender algumas das limitações e paradoxos da racionalidade humana é encontrando os pontos de colisão entre o que as nossas ferramentas esperam (no sentido em que foram desenvolvidas para) encontrar no mundo e aquilo que verdadeiramente encontram. [ver também Nozick, The Nature of Rationality]



Comments:
Impossível não reparar... mas ?Uma forma de compreender algumas das limitações e paradoxos da racionalidade humana é encontrando os pontos de colisão entre o que as nossas ferramentas esperam encontrar no mundo e aquilo que verdadeiramente encontram? a verdade é que, talvez por isto, não podemos deixar nunca de nos questionar e andar "por aí" em busca... não?
 
exactamente, maria. Não sei se conhece o trabalho do Stephen Stich, mas vai exactamente nesse sentido.
TomaZ
 
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